Painel A Democratização do Espaço Público (crédito: Wagne da Silva)

O seminário “A Democratização do Espaço Público e a Função Social do Patrimônio” reuniu na terça-feira, 4 de junho, no Museu do Amanhã, representantes do poder público, movimentos sociais e representantes da sociedade civil organizada para debater os desafios e as alternativas para o desenvolvimento urbano e econômico com responsabilidade ambiental.

Marcela Abla e Preto Zezé (crédito: Wagner da Silva)

A presidente do IAB-RJ, Marcela Abla, foi uma das participantes do painel “A Democratização do Espaço Público”, que contou também com Eliana Sousa Silva (Redes da Maré), Franco Nascimento (sociólogo, morador da Cruzada São Sebastião), Preto Zezé (Cufa) e Sérgio Magalhães (urbanista, criador do Programa Favela-Bairro). A mediação ficou por conta da jornalista Flávia Oliveira.

A necessidade de se incorporar os territórios de favelas às políticas públicas oferecidas à cidade foi a questão que norteou praticamente todo o debate.

“Aprendemos muito mais do que ensinamos hoje com quem vem da favela. Temos pessoas que vieram das Favelas nas escolas de arquitetura que trazem sua experiência. O saber é feito a muitas mãos. Não tem como trazer programas habitacionais ou de urbanização autoritários. O planejamento urbano deve ser construído de baixo para cima do particular, da casa ao global. A cidade é construída a partir do diálogo, coletivamente”, disse Marcela.

Ao falar sobre os problemas do Rio de Janeiro, Eliana lembrou de programas públicos do passado que buscaram levar a cidade às favelas. “Houve projetos concretos como Favela-Bairro e a retirada das palafitas, mas isso não foi mantido no tempo. É preciso olhar para a cidade de uma forma equânime”, defendeu. Já Preto Zezé defendeu a ruptura da lógica de cidade que impõe controle e promove a segregação social. “Estamos criando programas de democratização ou é um processo, até inconsciente, de manter controle sobre certos territórios e populações?”, questionou.

Copresidente do IAB-RJ, Danielle Santana no painel “a função social do patrimônio” (crédito: Wagner da Silva)

O painel “A Função Social do Patrimônio” contou também com representante do IAB-RJ no debate. A copresidente do IAB-RJ Danielle Santana, especialista em patrimônio, compartilhou o espaço com Laura Di Blasi (IRPH), Marlova Noleto (Unesco), Paulo Vidal (Iphan) e Leilane Neubarth, que atuou como mediadora.

O seminário contou ainda com outros quatro painéis: as cidades no combate à emergência climática; o papel da iniciativa privada no desenvolvimento urbano; a função social do patrimônio; e os desafios da cidade do amanhã.

O evento é uma das iniciativas paralelas do ciclo do U20 (Urban 20), e contou com o apoio institucional do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG ), Museu do Amanhã e Rio Capital do G20.

 

 

 

* Matéria redigida com informações do jornal O Globo.