Arquitetos e urbanistas de todo o país já podem acessar o edital do concurso nacional de projeto arquitetônico e paisagístico do Memorial Covid-19 Fiocruz – Ciência e Saúde. O documento, o Termo de Referência e anexos foram publicados na segunda-feira, 19 de fevereiro, pelo Departamento Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ) e estão disponíveis no site https://memorialcovidfiocruz.com.br.

A competição é promovida pela Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec), sendo a entidade requerente a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por intermédio da Casa de Oswaldo Cruz. A organização é do IAB-RJ. O projeto vencedor será implementado no campus-sede Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro, em uma área com, aproximadamente, 2.625,11 m² e adjacente ao conjunto da portaria da Avenida Brasil.

As consultas e inscrições iniciam no dia 26 de fevereiro e se encerram nos dias 15 de abril e 22 de abril, respectivamente. A taxa de inscrição é de R$ 50 para associados ativos e regulares junto ao Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e R$ 150 para não associados, associados inativos ou associados inadimplentes do Instituto. As inscrições devem ser pagas unicamente por meio de depósito identificado, pix ou transferência bancária em favor do IAB-RJ. Os dados estão disponíveis no edital.

Ao todo, serão distribuídos R$ 40 mil em prêmios, repartidos entre as três propostas mais bem classificadas da seguinte forma: R$ 20 mil para o primeiro lugar, R$ 12 mil e R$ 8 mil para o segundo e terceiro lugar, respectivamente. A Comissão Julgadora poderá ainda conceder menções honrosas para projetos que se destacaram entre os demais.

De acordo com o edital, o valor para construção do Memorial Covid-19 Fiocruz – Ciência e Saúde é de R$ 1.350.000,00. O contrato para elaboração de projetos e e coordenação é de R$ 150 mil.

Apresentação da proposta para o Memorial sobre a Covid-19

Os estudos preliminares deverão ser apresentados em três pranchas, numeradas de um a três, no formato paisagem A1 (841 x 594 mm), conforme modelo disponibilizado no site do concurso. O envio dos projetos será unicamente através do site oficial deste Concurso (https://memorialcovidfiocruz.com.br).

São pré-requisitos determinantes para o futuro espaço de memória o respeito e a promoção da área onde o memorial será implantado, atribuindo qualidade e interação visual ao conjunto que compõem e à natureza do entorno, assim como a proposição de mobiliário, equipamentos e espaços dentro de um programa que promova a memória da epidemia e de seu enfrentamento, espaço de homenagem, que desempenhe também função ecológica e paisagística, propiciando a melhoria da qualidade estética, ambiental e funcional da área.

Os trabalhos serão avaliados por comissão julgadora composta por sete integrantes, a saber: Cristina Meneguello (historiadora), Valdiléa Veloso (médica), Eduardo Barra, Ernani Freire, Gloria Cabral, Luis Madeira e Regina Pontin (arquitetos e urbanistas).

A iniciativa é aberta e estimulada a profissionais de todas as áreas de conhecimento, mas a responsabilidade técnica pela inscrição deve ser, obrigatoriamente, de um(a) arquiteto(a) e urbanista legalmente habilitado para o exercício da profissão no país. No ato do registro, a(o) responsável técnica(o) deverá indicar Pessoa Jurídica brasileira, do ramo da Arquitetura e Urbanismo, em situação regular perante o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), para futura contratação pela Fiocruz e/ou Fiotec.

O coordenador do concurso, arquiteto e urbanista Cláudio Crispim, alerta que um(a) mesmo(a) profissional somente poderá concorrer com uma única inscrição e um único projeto. “É vedada a participação de qualquer profissional em mais de um projeto deste concurso, seja como coautor(a), membro de equipe, colaborador(a), consultor(a) ou em qualquer outra condição”, explicou. Crispim destacou ainda que todo e qualquer esclarecimento de dúvida ou comunicação ocorrerá exclusivamente através do site oficial da competição, sendo expressamente vedada a tentativa de comunicação formal ou informal através de quaisquer outros meios.

O projeto do futuro memorial sobre Covid-19 da Fiocruz, assim como os autores da proposta, será anunciado no dia 21 de maio. A homologação do resultado do concurso e entrega dos prêmios em cerimônia no campus-sede da Fiocruz, em Manguinhos, Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia 23 de maio, dois dias antes do aniversário de 124 anos da Fundação.

Memorial Covid-19 Fiocruz – Ciência e Saúde

Área de intervenção grifada na cor amarela (sem escala)

Área de intervenção grifada na cor amarela (sem escala)

O Memorial Covid19 Fiocruz – Ciência e Saúde será implementado no campus-sede Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro, em uma área com, aproximadamente, 2.625,11 m² e adjacente ao conjunto da portaria da Avenida Brasil.

O terreno é basicamente plano, sem pavimentação, limitado a leste pelo muro que separa o campus da Avenida Brasil, a norte pelo arruamento e passeios existentes e ao sul por uma densa massa arbórea. O terreno está abaixo do nível da calçada, por isso é de extrema importância que as propostas considerem as soluções de acessibilidade necessárias.

O calçamento existente está incluído na área de intervenção, ficando a critério de cada equipe definir a necessidade ou não de alterações na sua conformação atual, sem, contudo, desconsiderar a necessária preocupação com os custos de execução.

Essa localização privilegiada, junto ao acesso permitirá grande visibilidade do Memorial para as pessoas que entram e saem da instituição, e os projetos deverão contemplar soluções para o fluxo de pedestres, considerando também a proximidade do futuro Memorial com o Centro de Recepção do Museu da Vida  Fiocruz.

O chefe do Departamento de Patrimônio da Casa de Oswaldo Cruz, Renato Gama Rosa, defende que o projeto deve, por meio da originalidade e singularidade, criar um espaço contemplativo e de memória capaz de suscitar múltiplas reflexões sobre o período da pandemia, homenageando de forma simples, singela e criativa famílias e profissionais que lutaram e trabalharam pela saúde dos brasileiros durante a pandemia.

“Espaços de memória tem por característica principal uma arquitetura cuja função primordial não é a de abrigar ou proteger, mas sim a de sentir e lembrar. Um grande desafio para a arquitetura de memoriais e que deverá ser considerado pelos concorrentes é a forma distinta pela qual esses espaços são vivenciados através do tempo à medida que os fatos que determinaram sua construção ficam mais distantes da realidade das futuras gerações. Como a memória coletiva será transmitida através das gerações”, explica Gama Rosa.