O presidente do Instituto de Arquitetos (IAB), Odilo Almeida, esteve presente no III Fórum Internacional de Conselhos, Ordens e Entidades de Arquitetura e Urbanismo, realizado entre os dias 16 e 17 de novembro, em Foz do Iguaçu. O evento encerrou-se com a assinatura de acordos significativos entre o CAU Brasil e as Ordens dos Arquitetos de Angola e de Cabo Verde. Os memorandos de entendimento buscam a harmonização das condições de inscrição e registro de arquitetos brasileiros nos dois países, e vice-versa, promovendo a mobilidade profissional e estreitando os laços entre as nações.

Com a presença  de membros dos Conselho Internacional de Arquitectos de Língua Portuguesa (CIALP), o foco do evento foi estreitar laços com países de língua portuguesa, fortalecendo a posição global da Arquitetura Brasileira e promovendo a cooperação e solidariedade entre profissionais.

Presidente do IAB, Odilo Almeida, destacou a complexidade continental do Brasil e o fortalecimento das entidades estaduais e CAU/UF.

“Queremos promover mais ações de integração internacional para fazer frente aos desafios do século XXI”, afirmou. Odilo Almeida, também destacou que as trocas de experiências podem promover soluções que atendam os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU. “Nós compartilhamos os mesmo desafios”, afirmou.

A partir deste evento, serão criadas Comissões Técnicas de Harmonização das Condições de Inscrição e Registro, responsáveis por estudar as legislações dos países, buscar equivalência nas formações habilitantes e propor acordos que regulem o registro e inscrição temporária e definitiva em ambos os países. “Desafio também é fornecer formação continuada para desenvolver habilidades que o mundo requer atualmente”, afirmou a presidente do CAU Brasil, Nadia Somekh.

DIFERENTES VISÕES DA ARQUITETURA

Para a presidente do CAU Brasil, Nadia Somekh, um desses desafios é a preservação do Patrimônio Histórico. “Nesta gestão, temos levado a questão da ATHIS em prédios históricos ao Governo Federal. Hoje o IPHAN já destina R$ 45 milhões para obras de habitação nos centros históricos”, disse. “Estamos no caminho certo.”

O arquiteto português José Manuel Pedreirinho, vice-presidente do CIALP, enfatizou a presença global dos arquitetos de língua portuguesa. “Arquitetos de língua portuguesa estão espalhados pelo mundo. Nossas diferenças são muito saudáveis, e nos ajudam a criar novas coisas em comum”, afirmou.

O coordenador da Comissão de Relações Institucionais do CAU Brasil, Jeferson Navolar, ressaltou a importância dos debates e a assinatura de acordos de cooperação para atualizar a tecnologia de mobilidade profissional. “Nossa meta é ter acordos com todos os países que integram a comunidade de língua portuguesa”, disse.

O presidente do CIALP, Victor Leonel, representante da Ordem dos Arquitectos de Angola, ressaltou a importância da mobilidade para arquitetos globalmente. “Por necessidade, muitos arquitetos trabalham de forma ilegal fora de seus países. Acordos como este protegem o nosso trabalho”, afirmou.

O presidente da Ordem dos Arquitetos de Cabo Verde, Job Amado Varela, destacou a relevância do acordo para seu país, onde há pouco mais de 356 arquitetos, quase um terço deles formados no Brasil. “Para nós, esse acordo é muito importante para reforçar ainda mais esse intercâmbio que já existe”, disse.

O presidente do CAU/PR, Milton Zanelatto, destacou o sucesso do I Encontro sem Fronteiras em Foz do Iguaçu, consolidando o trabalho conjunto entre o CAU Brasil e o CAU/PR. Como coordenadora do Fórum de Presidentes dos CAU/UF, Du Leal, presidente do CAU/MG, evidenciou a importância dos diálogos internacionais, promovendo o conhecimento do território e impulsionando a mobilidade internacional.

CONCURSOS DE ARQUITETURA EM PAUTA

No último dia do III Fórum Internacional de Conselhos, Ordens e Entidades de Arquitetura e Urbanismo do CAU Brasil, a principal atração  foi a apresentação dos projetos vencedores dos concursos Ecoparque Itaipu e Reformulação e Ampliação do Refúgio Bela Vista. Soluções propostas revelaram não apenas fundamentos e inovações arquitetônicas, mas também os desafios enfrentados pelos arquitetos e urbanistas no cenário da sustentabilidade.

A Itaipu Binacional promoveu os dois concursos com apoio do IAB. O Refúgio Biológico Bela Vista, um dos atrativos turísticos da Itaipu, com cerca de 30 mil visitantes por ano, ganhou  um projeto arquitetônico de reforma, ampliação e qualificação de espaços. O escritório Tempo Arquitetos, de São Paulo, representado por Augusto Longarine e Luiz Sakata – em parceria com a RibasMarçal Arquitetura – apresentou o projeto vencedor.

ARQUITETURA NOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA

O presidente da Ordem dos Arquitectos de Cabo Verde, Job Amado Varela, levantou a questão de como adaptar prédios antigos e construir ao lado da herança patrimonial. “Esse é um desafio que temos em comum. A Cidade da Praia, capital de Cabo Verde, tem um centro histórico com Arquitetura Portuguesa cercada pela Arquitetura Pós-Colonial, inclusive Arquitetura Moderna”, afirmou. Ele mostrou projetos vencedores de concursos e prêmios, como de reabilitação em bairros autoproduzidos. “Problemas são comuns, apesar da diferença de escalas. Por isso temos a necessidade de reforçar o nosso intercâmbio internacional.”

 

Fonte de Informações e imagens: CAU/BR