anexo casa dos livros

arquiteta Lia Siqueira

A concepção do anexo como extensão para abrigar um grande acervo de livros.

A ideia de concentrar era importante para a pesquisa e arquivo. O desenho da arquitetura surge sobre eixos de trajetos determinados pela sua utilização, em um expressivo plano horizontal flutuante.

O uso de uma malha em estrutura metálica com peças mais esbeltas e leves permite uma linguagem contínua de traços lineares. A mobilidade de todos os panos de esquadria possibilita a integração da arquitetura com o seu entorno, abrindo espaço para ventilação cruzada e iluminação natural.

A presença de madeira nas estantes busca a marcação em três módulos consecutivos que proporcionam a valorização dos planos horizontais e reforçam a apresentação da biblioteca como elemento de destaque.

A comissão convergiu na seleção dessa obra pela concisão dos elementos e sua reunião num conjunto potente que interage com seu sítio garantindo continuidades entre o interior e o exterior notáveis.

Local: Rio de Janeiro, Jardim Botânico

Equipe: Lia Siqueira, Cristiane Bardese, Felipe Siqueira, Patricia Graça Couto

pavilhão do alto

arquiteto Gustavo Martins

Abrigo-receptivo do Parque Nacional do Itatiaia

 “Nós arquitetos estamos preocupados em projetar edificações como manifestações filosóficas de espaço, estrutura e ordem, mas parecemos incapazes de lidar com os aspectos mais sutis, emocionais e difusos. ” PALLASMAA (p.14, 2017).

O presente projeto consiste no desenvolvimento da proposta de um abrigo-receptivo destinado aos funcionários e visitantes da parte alta do Parque Nacional do Itatiaia, solicitado pela Fundação Chico Mendes (ICMBio) em 2019/2020, cercado por condicionantes de operação e com o objetivo prático de abrigar funcionários que passam temporadas no planalto, como também o de acolher visitantes que buscam se aventurar nas diversas trilhas, passeios e atividades do Parque.

Como lidar com a desconcertante necessidade de se construir um edifício em solo sagrado, circunscrito à paisagem exuberante de um dos lugares de atmosfera mais extraordinários do Brasil?

Propomos então um processo de projeto que se baseia numa cooperação entre o sentimento e o intelecto. Nesse sentido, o edifício deve ser capaz de absorver os vestígios da vida, e consequentemente gerar riqueza espacial, aproximando-se da escala do lugar e de tudo que o circunscreve. A essência daquilo que caracteriza este território repleto de história e vida, está, sem dúvida, na sua materialidade e nos detalhes. O edifício projetado, não deve ser encarado como mero abrigo, mas sim, como espaço que integra a memória, a paisagem, seus usuários, desejos, medos, o passado e o presente. E nesse instante, o abrigo deixa de ser entendido como mero espaço de acolhimento, e passa a ser parte de nós mesmos, transcendendo o sentido pragmático de seu programa e simples objetivo.

Para tal, entendemos a necessidade de estabelecer algumas premissas:

  • O edifício deve ser facilmente reconhecido pelos visitantes;
  • Sua estrutura Nômade, deve ser pensada para fácil deslocamento, montagem e desmontagem, em virtude do difícil acesso e escarceis de materiais de construção na região;
  • O volume deve alçar-se um pouco do solo, o que evitará umidade e permitirá a manutenção das características do relevo e da paisagem circundante;
  • O edifício deve ser completamente acessível e precisa garantir adequado conforto ambiental a seu usuário, além de externar seu comprometimento ambiental;
  • E por fim, comprometer-se em fazer do edifício parte do território através de seus espaço e materialidade;
A comissão selecionou esse trabalho ainda em desenho por seu posicionamento num sítio de difícil acesso, junto a uma natureza inusitada do Parque de Itatiaia, propondo sua montagem a partir de elementos pré-moldados

Local: Niterói, Rio de Janeiro

Equipe: Gustavo Martins ( sócio fundador/ OFICINA DE ARQUITETOS), Ana Paula Polizzo ( sócia fundadora/ OFICINA DE ARQUITETOS), Wagner Bruno Bitencourt (Arquiteto /OFICINA DE ARQUITETOS), Danilo dos Santos Galvão (Arquiteto / OFICINA DE ARQUITETOS), Fernando Acylino (Arq. Paisagista), Priscila Kelly Guimarães (Arq(a). Paisagista)

capela em lagoa santa

arquiteto João Diniz

A capela está construída no Campus do CIAAR: Centro de Integração e Aperfeiçoamento da Aeronáutica, local onde pessoas de diversas formações universitárias fazem treinamento para servir como oficiais trabalhando, em suas respectivas profissões.

O projeto urbanístico do complexo e dos 22 edifícios lá existentes foi feito pelo escritório João Diniz Arquitetura onde a capela surge no conjunto como um dos edifícios que poderão ser frequentados pelas comunidades vizinhas.

O edifício está implantado no eixo leste-oeste com fachadas cegas para essas duas orientações. Os planos transparentes em vidro aparecem nas fachadas norte, cuja insolação é protegida pela marquise sobre a rampa de acesso, e sul, que praticamente não recebe sol. Aberturas transversais de iluminação e ventilação aparecem nos desníveis dos pisos e tetos. Dessa forma fica assegurado o conforto ambiental, a iluminação natural e as vistas do entorno.

A ideia é que o espaço da capela se conforme através de duas superfícies continuas em concreto, que definem chão, paredes e cobertura, e que se integram gerando os dois setores do projeto: o setor publico e rampado onde estão os bancos para as pessoas, e o altar em nível mais elevado.

Essa diferenciação integrada de espaços, através do encontro desses dois ‘fundos-infinito’, sugere a união de atributos humanos e espirituais ao edifício possível metáfora para a união da vida com a eternidade.

A comissão destaca a integridade e plasticidade da forma da capela num gesto de desenho único e potente, que se articula com a rampa de acesso e o cruzeiro metálico de forma sensível.

Projeto / autoria: João A. V. Diniz, arquiteto MSc

Arquitetos colaboradores: Priscila Garcia, Joao Pedro Torres, José Luis Baccarini, Isabel Diniz e Jessica Neves, (JDArq Ltda) Rosimeire Brandão, Clarissa Barreto Fascio, Cristiana Fonseca (Globo Engenharia Arquitetura Ltda), Eduardo Rossi (CIAAR)

Projeto Estrutura Concreto e Metálica: Fábio Marquezin eng, Fernanda Milcent eng. I Projetos Esgoto / Hidráulica / Incêndio: Renata Brito Mota Lauria eng I Projeto Elétrico: Roberto J. Trigo Boente eng, Francisco Assis G. Sacramento eng. I

Projeto Climatização: Mário Sérgio P. de Almeida eng.

Fotografia: Marcílio Gazzinelli

Área Construída: 482,00 m2
Ano de conclusão da obra: 2018
Local: CIAAR: Centro de Integração e Aperfeiçoamento da Aeronáutica, Lagoa Santa, M

casa capuri

arquiteto Sérgio Conde Caldas

A Casa Capuri surge em meio a natureza do terreno onde palmeiras, rio e mar contrapõem o urbano.

Adotou-se como partido projetual dois prismas transversos de base retangular, apoiados por cinco pilares e um muro de pedra. Recuada quarenta metros da rua, a percepção  real é de um amortecimento da quinta fachada. Os grandes vãos livres e os balanços estruturais  surgem com a premissa de respeitar e preservar as trinta e seis palmeiras de quarenta metros  nativas do terreno, de modo que a horizontalidade da arquitetura confronta positivamente a  natureza, trazendo uma sensação de respeito ao entorno.

O gesto do desenho evidencia o peso e a sutileza com muito cuidado, enfatizando a  transparência que integra o interior e exterior. A arquitetura harmonicamente se une a situação  existente, ora leveza ora a força. As fachadas permeáveis se voltam para sul e leste com objetivo  de combater a umidade e acentuar a iluminação dando a devida importância a ventilação nos  ambientes causando bem estar.

A casa toda é um convite a novas descobertas. A complexidade técnica é incorporada ao  subsolo em uma transição suave os equipamentos tornam-se invisivelmente imperceptíveis ao  encontro do contemporâneo. Cada espaço planejado coexiste em total liberdade entre as  amplas áreas de convivências. A sala de jantar e a adega possuem uma amplitude vertical em  meio a um dos pátios internos composto pelos três elementos da identidade do projeto,  concreto, palmeira e pedra, que geram leveza, requinte e funcionalidade. Ainda constituindo o  espaço, a escada recebe um duo de materiais que combinados ao mezanino transmitem o valor  entre o edificado e os vazios necessários.

Tratamos os diferentes planos respeitando a topografia do terreno com a intenção de  configurar ambientes abertos e conectados, utilizamos os desníveis como estratégia para a  tripartição, dessa forma garantimos a permeabilidade visual e isolamos os fluxos, além de  hierarquiza-los. O serviço está anexo à área social no primeiro pavimento, mantendo em  evidência os elementos naturais, tanto por indicar a divisão entre os setores da casa como  poeticamente por suportar todo peso do pavimento superior.

A personalidade do projeto está presente na decisão em trabalhar com uma estrutura mista incorporada na arquitetura, utilizando a metálica para suportar vãos de até doze metros, lajes em balanço de concreto  protendido e ainda a laje nervurada para quadra de tênis que possui acesso independente na  cobertura. A variedade de texturas, materiais e cores presentes é observada tanto na  incorporação do natural, como principalmente através da utilização do concreto, mármore,  ferro, e água.

O paisagismo era uma preocupação, estudado cuidadosamente considerando a sua  transformação e vida ao longo dos anos, está de maneira planejada presente também na  cobertura do prisma valorizando a própria conservação da laje. A água merece destaque, a  piscina passa despercebida inserida à contemporaneidade da estrutura da casa no térreo. O  deck tanto integra o ambiente como é parte fundamental da fachada, assim como os grandes  espelhos d´água que causam a sensação de flutuosidade favorecendo o conceito visual do  projeto.

Priorizamos então a arquitetura e o sentimento, o viver cada dia na Casa Capuri é como o infinito prazer de uma nova experiência.

A comissão destaca a riqueza dos elementos que se somam num todo harmônico, que interage de forma positiva com o contexto no qual está inserido.

Local: Rio de Janeiro, Jardim Botânico

Autor do projeto: Sergio Conde Caldas

Equipe projetista: João Sousa Machado, Glauco Lobato, Renata Levy, Karla Fernandes, Elaine Leão, Luiza Vellaco, Darlan Ferreira, Sonia Chacon

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