O presente concurso tem o objetivo de selecionar as 3 (três) melhores propostas, através das classificações de 1º, 2º e 3º lugar, utilizando os critérios estabelecidos no edital, para o estudo preliminar de arquitetura do Centro Cultural Rio-África, localizado na região da Pequena África. O intuito é ter ações que produzam e provoquem interpretações sobre a ancestralidade afro-diaspórica, a cultura, o passado e o futuro da região portuária.
O concurso, promovido pela Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos – CCPAR, vinculada à Prefeitura do Rio de Janeiro, e organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio de Janeiro, está aberto exclusivamente a participação de pessoas arquitetas e urbanistas pretas e pardas, naturais do Brasil ou africanos de língua oficial portuguesa com assento no Conselho Internacional de Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP).
Ao todo, serão distribuídos R$105 mil, em proporção, aos três primeiros colocados e o grande vencedor será contratado para o desenvolvimento do projeto de mais de R$3 milhões.
O processo de julgamento, que terá como critério melhor conteúdo técnico e artístico, será auxiliado por uma Comissão Julgadora, composta por 9 (nove) membros com notório conhecimento da matéria em exame, indicada pelo organizador e pelo promotor do concurso.
Qualquer forma de discriminação e preconceito tem sua origem em atos brutais de violência, cujos vestígios marcaram profundamente nossa cidade. Por isso, é crucial promover a construção de uma cidade e arquitetura mais justa e inclusiva. O concurso público de arquitetura representa a forma mais democrática de escolher projetos e, além disso, promover a conscientização sobre a necessidade de uma sociedade mais igualitária. Este Concurso inicia um diálogo fundamentado em ações afirmativas, alinhado ao Estatuto da Igualdade Racial, fortalecendo o princípio da igualdade em nossa sociedade. Ao incluir profissionais negros e possibilitar o acesso às estruturas de reflexão sobre a propriedade histórica de seus espaços, estamos devolvendo ao povo negro a memória que lhe foi negada. Podemos afirmar que o foco principal deste concurso é o direito à memória, que deve ser contada e projetada por aqueles que a vivenciam diretamente.
Marcela Abla
Presidente do Departamento do Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ).
Entidade Promotora: Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos – CCPar /Prefeitura do Rio de Janeiro.
Confira as bases e edital no site do concurso.